Ervas Aromáticas: o que são e como usar

As ervas aromáticas, elementos vitais tanto na cozinha quanto na medicina tradicional, oferecem uma fusão de sabor, cor e benefícios à saúde que têm sido valorizados desde tempos imemoriais.

Este artigo explorará o vasto mundo dessas plantas, desvendando seu impacto em nossa vida diária e em práticas médicas modernas.

O que são Ervas Aromáticas?

Ervas aromáticas incluem uma variedade de plantas cujas partes são utilizadas para adicionar sabor, cor e aroma aos alimentos. Desde as folhas frescas ou secas até raízes, sementes e flores, estas plantas são incorporadas em inúmeras receitas culinárias, além de possuírem aplicações medicinais.

Tradicionalmente, são categorizadas em ervas, que geralmente referem-se a partes folhosas, e especiarias, derivadas de outras partes da planta como sementes, cascas ou raízes.

Benefícios e usos medicinais das plantas medicinais

Historicamente, as ervas aromáticas foram as precursoras dos medicamentos modernos, com seus componentes químicos naturais servindo como base para o tratamento de variadas enfermidades.

Hoje, a fitoterapia, ou seja, o uso de plantas medicinais para promoção da saúde, é uma prática reconhecida e valorizada tanto em sistemas de saúde tradicionais quanto modernos. Estudos revelam que cerca de 70,000 espécies de plantas são utilizadas globalmente em medicina tradicional.

Essas plantas não apenas ajudam a tratar doenças existentes, mas também são usadas para manutenção da saúde e prevenção de problemas futuros, funcionando como uma ponte entre a alimentação diária e a medicina.

Este papel dual torna as ervas aromáticas componentes indispensáveis em uma abordagem integrada de saúde.

Ervas Aromáticas o que são e como usar (2)

Quem não curte aquela pizza com manjericão?. Imagem gerada com DALL-E

Ervas aromáticas mais usadas na cozinha:

  • Alho-Poró: Tem um sabor suave que lembra uma mistura de alho e cebola. Excelente em sopas, ensopados e refogados.
  • Cebolete: Semelhante à cebolinha, mas com um sabor mais delicado. Ideal para omeletes, saladas e como enfeite para pratos variados.
  • Cebolinha: é uma erva de sabor suave, parecido com cebola. Usada em saladas, molhos e como decoração de pratos.
  • Nirá: também conhecido como alho japonês, possui folhas longas com sabor suave de alho. Comum em pratos asiáticos, stir-fries e omeletes.
  • Coentro: tem um sabor distinto que ou se ama ou se odeia. Amplamente usado em culinárias latino-americanas e asiáticas, em pratos como tacos, curries e saladas.
  • Endro: é uma erva com sabor leve que lembra anis e limão. Ótimo em peixes, molhos de salada e conservas.
  • Erva-Doce: tem um sabor doce, anisada e crocante. Usada tanto em pratos doces quanto salgados, como em saladas e compotas.
  • Salsa: Erva versátil com folhas verdes e sabor fresco. Usada em quase tudo, desde sopas até saladas e molhos.
  • Salsão: Conhecido também como aipo, tem sabor fresco e ligeiramente picante. Base para sopas e ensopados, saladas e sucos.
  • Estragão: tem um sabor levemente adocicado com um toque de anis. Excelente com frango, em molhos como o béarnaise e em vinagretes.
  • Alecrim: tem um sabor forte e lenhoso, com notas de pinho. Maravilhoso em carnes, especialmente cordeiro, e em pães focaccia.
  • Hortelã: é fresco e pungente, com um toque de doçura. Popular em chás, sobremesas, coquetéis e pratos do Oriente Médio.
  • Manjericão: é um dos mais perfumados, com um toque de pimenta. Essencial em pratos italianos como pesto e caprese.
  • Manjerona: tem um sabor suave e doce, semelhante ao orégano, mas mais delicado.Ótima em sopas, molhos e pratos com ovos.
  • Orégano: Picante e intenso, com um forte aroma. Indispensável em pizzas, molhos de tomate e pratos gregos.
  • Sálvia: tem um sabor forte e ligeiramente amargo. Combina bem com porco, aves e pratos de massa.
  • Tomilho: possui um sabor terroso com toques de limão e pimenta. É excelente em carnes, ensopados e também em pratos de vegetais.
  • Louro: são folhas que oferecem um sabor agridoce e floral. Comum em sopas, molhos e marinadas, mas sempre removidas antes de servir o prato.

Essas ervas e especiarias podem transformar qualquer refeição simples em uma experiência culinária complexa e saborosa, trazendo aromas e sabores que cativam o paladar.

Ervas aromáticas

Orégano na sopa, não pode faltar! Imagen de KamranAydinov em Freepik

Impacto econômico e cultural das ervas aromáticas

O comércio de ervas aromáticas e especiarias foi um dos primeiros catalisadores da globalização, espalhando não apenas produtos, mas também ideias, culturas e até mesmo doenças ao redor do mundo.

O mercado global dessas plantas movimenta entre 30 e 60 bilhões de dólares anualmente, refletindo sua importância econômica significativa.

Culturalmente, as ervas aromáticas e especiarias definem as paletas de sabor das culinárias regionais, enriquecendo pratos e preservando tradições alimentares.

À medida que as pessoas viajam ou imigram, elas levam consigo seus gostos e preferências, introduzindo novos sabores e práticas culinárias aos locais para onde se mudam. Essa troca constante de gostos e sabores tem enriquecido a diversidade culinária global.

Desafios e perspectivas futuras

A demanda crescente por produtos naturais e orgânicos, junto com a conscientização sobre práticas de comércio justo, tem impulsionado mudanças significativas na maneira como as ervas aromáticas e especiarias são cultivadas, coletadas e comercializadas.

No entanto, a conservação das plantas medicinais e de seus habitats naturais enfrenta desafios significativos, como a destruição ambiental e a coleta ilegal.

A busca por novos medicamentos continua a incentivar a exploração de espécies de plantas ainda não estudadas, com o potencial de descobrir novos constituintes químicos que possam tratar doenças humanas e animais de forma mais eficaz.

O progresso na bioengenharia e na química sintética também pode oferecer novas maneiras de produzir esses compostos valiosos, reduzindo a dependência de colheita selvagem e cultivada.

As ervas aromáticas e especiarias são mais do que simples condimentos; são essenciais para a saúde, cultura e economia globais. Sua capacidade de conectar o passado com o presente e o local com o global faz delas um tema fascinante de estudo e apreciação, continuando a influenciar a vida humana em muitos aspectos fundamentais.

As possibilidades futuras para essas plantas são tão vastas quanto a história e a paixão que elas inspiram em cozinheiros, médicos e cientistas ao redor do mundo.

Referências:

  • Inoue, M., Craker, L. (2014). Medicinal and Aromatic Plants—Uses and Functions. In: Dixon, G., Aldous, D. (eds) Horticulture: Plants for People and Places, Volume 2. Springer, Dordrecht. https://doi.org/10.1007/978-94-017-8581-5_3
  • CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, CQP&D – Centro de Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento. 2018. Ervas Aromáticas. São Paulo: v.1, n.1, p. 24.